Eu prefiro a verdade em dose única do que a mentira em doses homeopáticas. Podem me achar um louco, que prefere sofrer com a verdade e a sinceridade sempre, mas nunca fui tão bom assim com mentiras, e se tento mentir, logo sou pego com calças curtas, e numa situação pior e mais constrangedora que antes. Então, por que mentir?
Tá bom, tá bom... Eu assumo que já contei e às vezes conto mentiras. Mas quem nunca contou uma mentira? Pode ser uma ou mais vezes ao dia, pois mentir todo mundo mente. Faz parte da nossa natureza: o ser humano é um animal mentiroso.
Às vezes mentimos para ajudar, para distrair, para não constranger, para não magoar, para diminuir uma dor que pode ser ainda maior... Tem também aquelas mentiras, que são até esperadas, porque foram provocadas pelas próprias perguntas que sabemos, e quem pergunta também sabe, com certeza, que aquela pergunta exige uma certa resposta, ainda que não seja a mais verdadeira. Aí, por não ser uma resposta tão verdadeira, enrolamos, divagamos, tergiversamos (gostou dessa palavra?) até encontrar uma "justificativa aceitável".
Perguntar por que mentimos (sim, nós) é o caminho certo para uma grande frustação: jamais saberemos. É aquele tipo de pergunta como "Quem somos?", "De onde viemos?" e "Para onde vamos?". Para que uma resposta então do porquê mentimos? Se ela existir, vai ser só mais uma "justificativa aceitável".
A mentira apazigua, traz uma sensação de paz e calmaria quando a versão verdadeira dos fatos poderia ser algo duro e cruel. Mas se mentir é bom, porque eu prefiro a verdade em dose única? Porque para mentir bem, você tem que ter um talento, que eu não tenho, então eu prefiro evitar de decepcionar as pessoas que convivem comigo. Se sou, sou; se posso, posso; se quero, quero; se gosto é pra valer, se não gosto, não vou repetir. A verdade pode ser dura e cruel, mas ela nos torna honestos com a gente mesmo, e nossas histórias são reais e sólidas e não fúteis e de faz-de-conta.
Prefiro a verdade em dose única. E você?
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