Brasil ainda é mais conhecido por beleza do que por eficácia, sugere ranking

País tem posto intermediário em índice de reputação; percepção tem influência nos lucros com turismo e investimentos, diz consultoria.




A imagem do Brasil no exterior ainda parece ser a de um país com beleza natural e povo amigável, mas com limitada eficácia político-econômica, segundo aponta um ranking divulgado na última terça-feira sobre a percepção internacional de nações.

Na 22ª posição entre 50 países, em pesquisa feita com 42 mil pessoas ao redor do mundo, o Brasil recebeu notas altas em atributos como beleza, ambiente e sociabilidade da população.

Mas as notas foram mais baixas nos quesitos eficiência política e operacional, preparo da mão-de-obra local, avanços econômicos e valor à educação.

A pesquisa, chamada Country RepTrack, foi feita pela consultoria Reputation Institute, medindo confiança, admiração e sentimentos positivos com relação a 50 países.

Os mais bem avaliados foram Canadá, Suécia e Austrália, que se destacaram como países com democracias estáveis, alto rendimento per capita, sistemas políticos desenvolvidos e aparente neutralidade em distúrbios políticos externos.

As piores avaliações ficaram com Iraque, Irã e Paquistão.

O ranking posiciona o Brasil à frente dos demais emergentes do grupo Brics. A reputação da China a colocou em 43º lugar; Rússia e Índia ficaram em 45º e 27º, respectivamente, e a África do Sul em 33º.

Reputação e dinheiro

Segundo a empresa, existe uma relação direta entre a boa avaliação dos países e lucros com investimentos estrangeiros diretos (IED) e turismo.

"O Reputation Institute encontrou uma forte correlação entre reputação de um país e o interesse das pessoas em visitá-lo, comprar seus produtos e serviços de exportação, investir, estudar e até mesmo morar e trabalhar ali", diz comunicado da consultoria.

Segundo Kasper Nielsen, executivo do Reputation Institute, 10% de aumento na reputação do país resulta em aumento nas receitas de turismo e do IED.

A pesquisa estima que, no caso do Brasil, uma melhoria em 10% na reputação elevaria as receitas com o turismo em mais de R$ 1 bilhão.

Neste ano, porém, foi observada uma redução da pontuação média dos países, que está sendo creditada ao pessimismo por conta da crise econômica internacional.

Grécia, Irlanda e Espanha - países bastante afetados por crises de dívida - estão entre as nações que viram suas reputações diminuírem entre 2009 e 2011. Outra queda significativa foi observada nas percepções sobre o México, possivelmente por conta da intensificação da violência relacionada ao narcotráfico no país.

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