"- Você sabe que eu te pegaria se você não fosse minha amiga, né?"
"- Aham. Sei sim!"
E Dani e Túlio caíam na risada depois dessas conversas. Eles se conheciam há muitos anos. Dizem que amizade entre homem e mulher não existe. Mas existe sim. Pode ou não ter alguma tensão sexual. Mas que existe, ela existe.
Túlio foi quem ajudou Dani a passar em Química e Física no Ensino Médio. Ela não entendia nada. Ele era o crânio nas Ciências. E sempre que dava, ele ensinava ela e as amigas a entender essas matérias antes das provas. Tinha uma eletricidade no ar entre os dois. Até a mãe de Túlio percebeu a proximidade:
"- Vocês estão namorando? Gosto tanto de você, Dani!"
"- Não, não, mãe. A gente é só amigo. A Dani já namora e estou na pegação geral!"
"- Tá certo, menino. Mas que vocês dois combinam, combinam."
"- Tá bom, mãe!"
Túlio até pensava se rolaria algo entre ele e a Dani. Mas como pensava demais, investia de menos. Estava feliz em ser só amigo. Túlio continuava gostando de ensinar Física pra ela. E Dani começou a ensinar alguns segredos das mulheres para ele e até ajudava-o a ficar com suas colegas. Com o tempo, Túlio contava intimidades e até tirava dúvidas picantes com Dani sobre as mulheres. E Dani com Túlio, sobre os homens.
"- Você sabe que eu te pegaria se você não fosse minha amiga, né?"
E riam dessa amizade gostosa que a cada dia aumentava. Depois da escola, cada um tomou seu rumo. Ele foi para as Ciências. E ela para as Humanidades. A amizade continuou. Sabiam que rolava uma Química entre eles. Mas nunca dava certo. Quando Dani estava namorando, era Túlio quem estava solteiro. Quando Túlio estava namorando, era Dani quem estava solteira. Nunca coincidiu de os dois estarem solteiros, para ver se haveria uma chance para aquela eletricidade que rondava a amizade dos dois. Quando Túlio terminava um namoro, Dani era uma das primeiras a saber. Quando Dani brigava com algum namorado, era Túlio quem lhe dava conselhos e forças.
"- Você sabe que você é a mulher da minha vida disfarçada de melhor amiga, né?"
Até que uma década se passou, ambos formados, ambos estabilizados, e agora, ambos solteiros. Resolveram sair juntos. Sozinhos. Foram jantar e colocar a conversa em dia. Conversaram muito, falaram de sonhos, namoros, riram, enraiveceram. Eram bons confidentes um do outro. Eram grandes amigos. Eram parceiros desde a adolescência. Segredos não existiam entre eles. Na saída do restaurante ao pegar a chave do carro e apertar o botão do controle para desligar o alarme, Túlio vai em direção a porta direita do carro para abrir pra Dani, que o interrompe:
"- Sabe, Túlio, a minha amiga Rafaela disse que você beija superbem. É verdade?"
"- Olha, Dani, depois dos toques que você me dava quando eu era moleque, aprendi bem a ter pegada, sabe? Obrigado!"
"- Não tem porque me agradecer. Mas será que ensinei direitinho?"
"- Olha, sua teoria foi muito boa. E a Rafa é testemunha, como você ouviu, né?
"- Me mostra?"
"- Como?"
"- Aqui, agora! Me mostra?"
"- O quê? Quer que eu te beije?"
"- Ué, o que tem? Isso não estragaria o que a gente tem junto. Ou estragaria?"
"- Eu acho que não. Mas sonhei várias vezes com esse momento. Só não fui adiante porque tinha medo de estragar isso que a gente tinha."
Se aproximaram e se beijaram. A eletricidade fluiu, faíscas pulavam dos dois. O beijo. Como nunca ele havia beijado nenhuma outra mulher na vida. E como se ela nunca tinha sido beijada daquele jeito por nenhum homem antes. Pura eletricidade.
"- Você sabe que eu te pegaria se você não fosse minha amiga, né?"
"- Aham. Sei sim!"
E riam dessa amizade gostosa que a cada dia aumentava. Depois da escola, cada um tomou seu rumo. Ele foi para as Ciências. E ela para as Humanidades. A amizade continuou. Sabiam que rolava uma Química entre eles. Mas nunca dava certo. Quando Dani estava namorando, era Túlio quem estava solteiro. Quando Túlio estava namorando, era Dani quem estava solteira. Nunca coincidiu de os dois estarem solteiros, para ver se haveria uma chance para aquela eletricidade que rondava a amizade dos dois. Quando Túlio terminava um namoro, Dani era uma das primeiras a saber. Quando Dani brigava com algum namorado, era Túlio quem lhe dava conselhos e forças.
"- Você sabe que você é a mulher da minha vida disfarçada de melhor amiga, né?"
"- E você é meu príncipe encantado que sempre me salva com sua armadura dourada!"
Até que uma década se passou, ambos formados, ambos estabilizados, e agora, ambos solteiros. Resolveram sair juntos. Sozinhos. Foram jantar e colocar a conversa em dia. Conversaram muito, falaram de sonhos, namoros, riram, enraiveceram. Eram bons confidentes um do outro. Eram grandes amigos. Eram parceiros desde a adolescência. Segredos não existiam entre eles. Na saída do restaurante ao pegar a chave do carro e apertar o botão do controle para desligar o alarme, Túlio vai em direção a porta direita do carro para abrir pra Dani, que o interrompe:
"- Sabe, Túlio, a minha amiga Rafaela disse que você beija superbem. É verdade?"
"- Olha, Dani, depois dos toques que você me dava quando eu era moleque, aprendi bem a ter pegada, sabe? Obrigado!"
"- Não tem porque me agradecer. Mas será que ensinei direitinho?"
"- Olha, sua teoria foi muito boa. E a Rafa é testemunha, como você ouviu, né?
"- Me mostra?"
"- Como?"
"- Aqui, agora! Me mostra?"
"- O quê? Quer que eu te beije?"
"- Ué, o que tem? Isso não estragaria o que a gente tem junto. Ou estragaria?"
"- Eu acho que não. Mas sonhei várias vezes com esse momento. Só não fui adiante porque tinha medo de estragar isso que a gente tinha."
Se aproximaram e se beijaram. A eletricidade fluiu, faíscas pulavam dos dois. O beijo. Como nunca ele havia beijado nenhuma outra mulher na vida. E como se ela nunca tinha sido beijada daquele jeito por nenhum homem antes. Pura eletricidade.
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