Eles caminhavam em silêncio naquele final de tarde. Alguns casais e famílias também estavam naquele entardecer no parque. De mãos dadas e dedos entrelaçados ele a conduziu para um banco bem próximo da lagoa.
"- Vamos sentar aqui?"
Ela consentiu, mesmo estando um pouco incomodada com o silêncio dele, desde a hora em que entrou em seu carro. Ele tinha falado com ela, mas parecia meio distante, pensativo, como se tivesse acontecido algo. Ela sempre esperava o pior: uma briga, uma bronca. Ela adorava uma DR. Ela sentou, ele sentou ao seu lado, passou o braço direito sobre os ombros dela, deu um breve beijo na sua bochecha e ficou olhando o sol no horizonte e a luz refletindo nas ondas da lagoa como se fossem um milhão de fagulhas. Ficou ali por eternos três minutos. Ela não aguentou.
"- Você tá bem?"
"- Não se preocupe comigo."
"- Não gosto de te ver assim."
"- Mas estou bem, não se preocupe."
"- Não tá não. Anda... Fala logo. O que você tem?"
"- Nada não. Coisa minha. Só pensando um pouco."
"- Não gosto de ver você triste."
"- Mas não estou triste!"
"- Está o que então?"
"- Só com vontade..."
"- Vontade? Do quê?"
"- De te agarrar, te beijar e te fazer feliz pra sempre, sua chata!"
"- Bobo!"
"- Um bobo que te ama. Vem cá..."
"- Para! Sinto cócegas! Para! Não! Não! Hahahaha!"
"- Te amo sua chata!"
"- Também te amo... seu bobo!"
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